A líder do Nova Direita, Ossanda Líber, considerou hoje que o partido saiu vencedor das eleições legislativas de domingo, nas quais se estreou, ao ter conseguido cerca de 14 mil votos num “contexto de grande apelo ao voto útil”.

“Se tivemos 14 mil votos, quantos teríamos se tivéssemos tido todo o período de campanha eleitoral?”, questionou Ossanda Líber, em declarações à Lusa, lembrando que o partido, que se apresentou pela primeira vez a eleições no domingo, conseguiu fazer apenas um mês de campanha.
Para Ossanda Líber, o Nova Direita saiu “vencedor”, tendo em conta o “contexto de grande apelo ao voto útil, que se concretizou efetivamente”, visto que, “os partidos que não tinham assento parlamentar, não entraram para a Assembleia da República, porque as pessoas foram conservadoras e atenderam ao pedido de voto útil dos seus partidos”.
“Mas, ainda assim houve 14 mil portugueses que apostaram em nós e que nos quiseram dar o sinal de que somos pertinentes e que devemos continuar. Então, nesse sentido, para nós, esse resultado é definitivamente uma vitória”, afirmou.
Ossanda Líber defendeu que seria importante o Nova Direita estar na Assembleia da República, “apesar da jovem idade”, para evitar a “situação de ingovernabilidade total” que ditaram as eleições de domingo.
“Acabámos de ouvir o presidente do PSD [Luís Montenegro], que confirma que não vai fazer alianças à Direita, o que na prática significa que os votos do Chega – um milhão de votos – vão para o lixo. Na medida em que vão ter representação parlamentar, mas não vão mudar a vida dos portugueses porque efetivamente não vão estar no Governo”, justificou.
Além disso, Ossanda Líber considera que os votos da AD (coligação que junta PSD, CDS-PP e PPM) “estão a prazo”, porque “o Chega vai reagir a esta rejeição” e “a oposição de esquerda vai, na primeira oportunidade, deixar cair um governo da AD”.
A líder do Nova Direita lembrou que o partido esteve “a alertar todo este tempo” para o “impasse” em que os resultados das eleições de domingo colocam o país, situação “mais do que previsível”.
A equipa do Nova Direita vai “continuar a trabalhar”, “chegar a mais pessoas”, para que “quando o momento vier em que os portuguesas sejam chamados a decidir, de uma forma ainda mais perspicaz”, o partido esteja “preparado para ser parte da solução”.
O Nova Direita, que teve 14.479 votos (0,24%) nas legislativas de domingo, segundo os resultados provisórios, volta a apresentar-se a eleições em junho, nas europeias.