UE sem unanimidade é “união da imposição e da submissão”, diz Nova Direita

O fim da unanimidade “é uma afronta ao modelo” que o Nova Direita idealiza. Ossanda Líber, cabeça de lista do partido às europeias, diz que a UE sem essa regra é “união da imposição e da submissão”.

O partido Nova Direita (ND) considera que uma União Europeia (UE) sem a regra da unanimidade “é uma união da imposição e da submissão”, mostrando-se contra o federalismo europeu.

Em resposta a um questionário enviado pela agência Lusa às candidaturas às eleições europeias do dia 9 de junho, a cabeça de lista do ND, Ossanda Líber, afirmou que o fim da regra da unanimidade “é uma afronta ao modelo” que o partido idealiza.

“Discordamos absolutamente. É uma afronta ao modelo justo que idealizamos, baseado na negociação, no consenso e nos compromissos, avançar para um sistema em que as vontades dos pequenos possam ser cilindradas”, salientou.

Sobre se seria benéfico para Portugal ter o ex-primeiro-ministro António Costa no cargo de presidente do Conselho Europeu, o ND considerou que “seria altamente prejudicial”, se fosse “mais uma voz federalista”.

“Se António Costa como presidente do Conselho [Europeu] for mais uma voz federalista na UE, então seria altamente prejudicial. De nada vale ter um português a liderar uma instituição europeia se esse português decidir contra o nosso país”, observou.

Ossanda Líber disse ainda que nenhum dos nomes que se apresentam como candidatos à presidência da Comissão Europeia “deixou qualquer tipo de garantia de que seria defensor soberania dos países da UE”.

Lamentavelmente, a maioria dos candidatos é a favor do federalismo ou é, no mínimo, passiva quanto a essa questão”, precisou.

Quanto à expansão da UE até 2030, a responsável referiu que “será inútil” se os Estados-membros “continuarem dependentes de agendas extracomunitárias”.

“O acrescento de novos Estados-membros nesta altura terá como consequência o fortalecimento dessas agendas contrárias aos interesses nacionais e coletivos. Não obstante, se algum país se juntar à UE até 2030, serão aqueles que já estão com alguns avanços nos processos de adesão, como a Albânia ou a Macedónia do Norte”, projetou.

Rejeitando apoiar a emissão conjunta de dívida para financiar a defesa europeia, a cabeça de lista do ND adiantou que já existe “um problema de excesso de dívida pública em Portugal”.

Também esclareceu que o partido é contra o envio de tropas portuguesas para território ucraniano, considerando ser “inaceitável que sangue português seja derramado na continuação agonizante de uma guerra que poderia ter terminado logo em abril de 2022, com um acordo de paz entre a Ucrânia e a Rússia”.

Relativamente aos apelos europeus à paz e à possível imposição de sanções a Israel, Ossanda Líber afirmou que “isso não vai acontecer”, porque Telavive “tem fortes defensores em alguns países da UE”.

“Se há Estados-membros que não se sentem confortáveis com a aplicação de sanções a outro país ou região, não devem ser obrigados a fazê-lo”, disse, evocando o fim da regra da unanimidade, que poderia fazer com que Portugal fosse “obrigado pelos outros 26 países a cortar relações com o Brasil ou Angola, por exemplo, com todas as graves consequências daí resultantes”.

O ND manifestou-se também contra o Pacto Europeu para as Migrações e Asilo, dizendo que “consubstancia uma imposição onerosa aos países, e tem de ser revertido o quanto antes”.

Sobre a política agrícola comum (PAC), Ossanda Líber afirmou que “não é sensato obrigar um pequeno produtor a cumprir estas normas para depois importar produtos de fora da UE”, onde não há “qualquer controlo sobre a fiscalização”.

in Observador

Partilhe com os seus amigos...