Ossanda Liber era ‘vice’ do Aliança e formou um novo partido, o Nova Direita. É contra a taxa única de IRS, defende um sistema “híbrido” na Saúde e quer controlar a imigração.
O movimento Nova Direita entregou quarta-feira no Tribunal Constitucional as assinaturas para se constituir como partido com o objetivo de “fazer renascer” a direita, acusando o PSD de ter uma “elasticidade tão grande que não dá segurança aos eleitores”.
Em declarações à agência Lusa, Ossanda Liber, uma das fundadoras do movimento, traçou as linhas gerais e os objetivos da Nova Direita, no dia em que foram entregues no Tribunal Constitucional 7.600 assinaturas para a formalização do partido.
A antiga vice-presidente do Aliança defendeu que este é um partido que pretende ocupar um espaço à direita que nenhum partido ocupa atualmente e que tem como meta “fazer renascer” uma direita que “já existiu”.
“É uma direita que não tem nenhum problema em se afirmar como conservadora, como conservadora daquilo que são as tradições, os valores dos portugueses, como conservadora do nosso modo de vida, e que nós queremos obviamente manter”, disse.
Ossanda Liber nasceu em Angola, viveu em França e, mais tarde, veio para Portugal. Tem as três nacionalidades e já foi candidata à Câmara de Lisboa. Em entrevista à Renascença, considerou-se uma empresária de sucesso e diz que quer replicar a fórmula na política.
A antiga ‘vice’ do Aliança é contra a taxa única de 15% no IRS. O partido defende uma redução da carga fiscal, mas não uma taxa única.
“Consideramos, efetivamente que é normal que quem ganhe mais, pague mais. O que não achamos é que as pessoas devam ser castigadas por por ganhar mais”, diz Ossanda Liber.
O partido é também a favor de um sistema “híbrido” na Saúde. “Hoje, por força da ineficiência do Serviço Nacional de Saúde, as pessoas estão a recorrer ao privado de qualquer das maneiras”, lamenta.
“Eu confesso que eu tenho tido a possibilidade de recorrer aos privados, mas até o privado já deixou de ser o que era, precisamente, porque todas as outras pessoas que não recorriam ao privado, neste momento, estão a recorrer porque o Serviço Nacional de Saúde não funciona”, acrescenta, em declarações à rádio.
A líder do Movimento Nova Direita não esconde a necessidade de “controlar a imigração”, mas discorda dos membros do PSD que sugeriram que só seja permitida a entrada de imigrantes quando há contrato de trabalho.
“Mas concordo com a ideia de Carlos Moedas de direcionar a imigração e sobretudo controlar. Não há nada de discriminatório em controlar a imigração que nós temos. Nós temos que saber quem entra para Portugal, o que é que faz, o que é que está a fazer, onde é que está a morar numa primeira fase”, explica. “Eu não sou apologista de dificultar a vida aos imigrantes. Eu sou apologista de ter políticas de imigração”.
Recentemente, Ossanda Liber acusou o PSD de uma “elasticidade tão grande que não dá segurança aos eleitores” e, sobre o Chega, apesar de reconhecer “todo o mérito” e referir que “os partidos não têm tudo de errado”, apontou “alguma dificuldade em trazer soluções” aos problemas que identifica.
“Nós somos a direita que dá soluções, a direita das ideias. Estamos preparados para nos bater por aquilo que a direita acredita e ir até ao fim para fazer prevalecer as nossas ideias. É exatamente isso que nós sentimos falta neste momento para que as pessoas voltem a acreditar na direita”, acrescentou.
A Nova Direita assume-se como um partido “muito orgulhoso de ser português” e “muito orgulhoso” da história do país e da sua “dimensão enquanto pátria” que, acrescenta, “não se fica só por Portugal, por um território português”, mas que é representada também “por toda a lusofonia”.
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